Amaranto: opção nutritiva para reduzir o colesterol
Pesquisas recentes mostraram que o
amaranto, um dos vegetais mais importantes da América pré-colombiana,
além de altamente nutritivo, é um excelente redutor dos níveis de colesterol1 plasmático através de sua fração proteica que, ao ser digerida, inibe a enzima2 responsável pelo acúmulo de colesterol1 no organismo.
O estudo foi realizado pelo Laboratório
de Bioquímica e Propriedades Funcionais dos Alimentos da Universidade de
São Paulo (USP), que investiga os chamados alimentos funcionais. José
Alfredo Gomes Arêas e colaboradores começaram a estudar o amaranto em
1996 para entender como a planta reduz as taxas de colesterol1. Após induzirem o aumento do colesterol1 total e do LDL3 (o chamado mau colesterol1)
em coelhos, através de alimentos ricos em ácidos graxos saturados e
outros compostos, os pesquisadores administraram uma dieta contendo o
amaranto.
Os resultados mostraram que a fração protéica do amaranto é a responsável pela redução do colesterol1, pois as proteínas4, ao serem ‘quebradas’ na digestão5, transformam-se em pequenas cadeias de aminoácidos capazes de inibir a enzima2 responsável pelo acúmulo do colesterol1. Mas o mecanismo ainda não está completamente elucidado e a equipe continua investigando.
Em parceria com o Instituto do Coração6 (InCor) de São Paulo, foram feitos estudos com pacientes cuja taxa de colesterol1
estava elevada. A administração de amaranto, mesmo em pouca quantidade,
junto com estatinas, diminuiu mais acentuadamente os níveis de colesterol1
dos pacientes. O pesquisador ressalta, entretanto, que mais estudos são
necessários para que se possa avaliar a real participação do amaranto,
uma vez que o número de pacientes testados era pequeno e eles também
foram tratados com medicamentos.
Além da comprovada redução do colesterol1 em animais, o amaranto é naturalmente rico em proteínas4
de alto valor biológico, o que não é comum em vegetais - a maioria
deles não têm alguns aminoácidos essenciais e seu aproveitamento é de
60% ou menos. A planta é ainda fonte de fibras, zinco, fósforo e cálcio
biodisponível (pronto para ser assimilado pelo organismo), outro fato
incomum nos vegetais. O amaranto também não contém glúten7 ou outras substâncias alergênicas em sua composição, o que o torna uma opção para os celíacos – pessoas com intolerância ao glúten7.
A equipe da USP investiga formas de
consumo da planta, que tem na semente a parte comestível mais
importante, já que não é um alimento que faz parte da cultura
alimentícia brasileira. Ele é conhecido como um pseudocereal. A semente,
quando aquecida, estoura como pipoca e está sendo utilizada para a
criação de barras de cereais, musli (mistura de cereais), pães, bolachas
e saladas. A idéia é introduzir a semente em alimentos para os quais o
paladar do brasileiro já está acostumado, assim como foi feito com a
soja.
Atualmente, alguns produtores já cultivam o Amaranthus cruentus, espécie que tem se adaptado melhor às condições climáticas brasileiras.
O amaranto é um arbusto que pode atingir
até 2 metros de altura, com folhas grandes e panículas (tufos
semelhantes às espigas) que concentram as sementes. As folhas podem ser
cozidas como a couve. Para a produção de farinha, é necessário extrair
das sementes o óleo, que tem altos níveis de ácidos graxos insaturados e
também poderia ser usado na alimentação.
Leia mais: Agência USP de Notícias
OBS.: o amaranto pode ser adquirido em lojas de produtos naturais ou de produtos orgânicos.
NEWS.MED.BR, 2007. Amaranto: opção nutritiva para reduzir o colesterol. Disponível em: . Acesso em: 7 jul. 2014.